Sítios são tecidos
de
pedra
de
terra
de
cor
Sítios são tecidos
de
gestos e palavras
do
sentir
e
do pensar
sítios são casas e praças
praias
e cantos
lugares de namoros
de guerras, de zangas
de
lanches e ceias
de
livros e filmes
de
olhares, vozes e mãos.
Ali,
no cruzamento dos sítios
surge a escola.
Um
tecido de sítios.
Nela há pedra,
terra e cor,
há gestos
e palavras,
há juízos, sentimentos
e
há reflexões.
Entretecem-se
paredes e traços,
vozes
e folhas,
árvores
e silêncios.
Na
nossa escola somos mais.
Todos
juntos procuramos o ser.
O
sermos e o outro,
no
outro o sermos.
Agitamo-nos
na pressa de existirmos,
quantas
vezes de desistirmos…
O
sol aclara-nos, aquece-nos
e
faz dos múltiplos círculos
que ocupam os recreios barreiras de gente.
Gente
que se busca por se
querer tanto.
Porém,
também
há os retângulos.
As
secretárias.
Cada
uma por si, aos pares,
distribuem-se
em retângulos
frente
a outros retângulos que a direito expõem,
em
jatos explicativos,
o
que os retangulares livros descobriram ao Homem.
Às vezes, acontece a maravilha.
Os
jatos juntam-se, multiplicam-se,
rebentam
com as linhas,
derrubam
as fronteiras
E
os retângulos perdem-se
Transformam-se
em circular linha,
E
apontam os caminhos por onde melhor se busca o ser.
A
escola é mais,
é menos,
é peso,
Aborrecimento
e vitalidade.
É divisão
e comunidade.
É conhecimento
e descoberta.
É imposição
e liberdade.
É apropriação
do real
o
assenhorar-se de sonhos
e
o desvendar de verdades.
É tecido
de sítios
Onde
as vidas se entretecem
Circulando
em espirais
Agindo
e sofrendo
Compreendendo
e fugindo
Sorrindo
e escapando.
A
escola é tecido,
é vida,
é nossa.
© Aurora Cerqueira (2015)
[Este poema foi capa do nº 1 (edição papel) do jornal "Ria da Escrita" (Maio 2015), do Agrupamento de Escolas Dr Mário Sacramento, expressando em poema o que a equipa do jornal pretendia fazer perpassar: um agrupamento que constrói uma nova identidade!
Por motivos gráficos, o poema teve de ser ajustado ao espaço da primeira página distorcendo, como se sabe, o ritmo e o plano intencional da autora. Publicamos, em agradecimento e pedido de desculpa à Profª Aurora Cerqueira, o poema como é na sua génese)
Por motivos gráficos, o poema teve de ser ajustado ao espaço da primeira página distorcendo, como se sabe, o ritmo e o plano intencional da autora. Publicamos, em agradecimento e pedido de desculpa à Profª Aurora Cerqueira, o poema como é na sua génese)
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