No passado dia 14 de maio, na EB 2,3 de Aradas, houve mais uma atividade, integrada no Plano de Atividades do Agrupamento, e destinada aos alunos dos 6º e 9º anos de escolaridade.
Ela teve lugar na sala de convívio dos alunos, decorreu das 14:30 às 16.30 e contou com a presença de ex militares, que, ainda, hoje, fazem parte da "Associação 25 de abril".
Eram eles o comandante Tito Cerqueira, o coronel Melo de Carvalho e o eng. Francisco Balacó.
Evocaram-se, como se depreenderá, os acontecimentos do 25 de abril de 1974. Um pouco tardiamente, talvez, mas é sempre tempo de falar dele, reviver e revisitá-lo um pouco.
O dia foi de agitação, azáfama e canseira, para ter tudo pronto e operacional - a sala decorada, as aparelhagens funcionais e as cadeiras postas nos seus lugares.
O conjunto - simples, sóbrio e harmonioso - deu bom resultado, foi do agrado dos convidados, também, não faltaram os cravos vermelhos, como não podia deixar de ser, e, também, se ouviram algumas músicas ícones da altura.
Foi muito interessante ouvir o coronel Melo de Carvalho contar algumas memórias das suas passagens pela Guiné, no tempo do General Spínola. Até, do esforço feito pelo exército português, no sentido de ajudar os habitantes do território, abrindo estradas, ensinando-os e prestando-lhes cuidados de saúde.
Recordar, também, os princípios originais do Movimento Militar - democratizar, desenvolver e descolonizar. Era a política dos três dês.
Ouvir dos outros participantes o seu tipo de comprometimento com o Movimento, o empenhamento de todos para o seu sucesso final, a sua compreensão pelos desvios havidos, a consciência da obra inacabada e a necessidade de manter vivo e atual o espírito e a obra dos "capitães de abril".
41 anos depois, o apelo destes rapazes, hoje, na casa dos 70, é premente, necessário e aquele ato de coragem deverá ser escrito não na areia, mas na pedra da memória e do coração, para que nenhum vento do mundo o possa apagar, como diz o escritor João Pedro Mésseder, em contexto diferente.
Os alunos aderiram e, depois das reprimendas iniciais, mantiveram-se calados, interessados e colocaram algumas questões aos nossos convidados.
Vivemos em plena sociedade dos avós, da qual os netos desconhecem o que era aquele tempo e os sacrifícios por que tiveram de passar.
Com certeza que, no final, saíram mais esclarecidos e sabedores.
Resta-me, para concluir, agradecer a todos os professores, que deram o seu valioso contributo para o êxito desta iniciativa, permitindo-me destacar as colegas de Ed. Musical, Visual, assim como as de História do 9º ano.
A todos o meu reconhecimento. Bem hajam!
Américo Nogueira
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