O terceiro período já vai decorrer na "casa" nova.
créditos: Prof Acácio Rodrigues (in https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10201496719256847&set=pcb.10201496719656857&type=3&theater, consultado em 2016.0323)
Sou irremediavelmente curiosa. Tento ser precisa. Procuro ser criativa. Pragmatismo acima de tudo.Como tal, não sei o que aqui escrever. Aliás, aparentemente soubera-o, pois já o tinha escrito em vários poemas.Por que escrevo?Simplesmente sou, sinto, penso, escrevo, e volto a sentir. Transformo-me.Mas há mais. Espero tocar nalguma alma perdida, vagueando por esta inconsciente vida, como Pessoa me tocou a mim. Pois nada tem um final e tudo tem um fim.E é tudo.
Nós, professores, que trabalhamos em situações de comunicação, sabemos o quão importante é vermos nos olhos dos nossos alunos o entendimento do que estamos a partilhar, a comunhão desse entendimento ou o seu questionar, e percebermos que estamos a falar a mesma linguagem.
Como professora de Português, já vi alunos a irem para além desta comunhão e partilha e voarem, ganhando asas num voo ainda incerto, mas determinado. A Yuning Shi, neste ano, é uma dessas alunas. Depois de termos analisado um ou dois poemas de Fernando Pessoa, ela começou a fazer poesia: houve um não sei quê que fez despontar nela o dom de saber expressar a sua sensibilidade, de dar forma ao seu voo e partir em liberdade poética. A produção tem sido intensa e partilhada com a turma ou só comigo. Os poemas da Yuning encantaram-me, vendo neles a semente de Pessoa num terreno muito fértil de tão criativo e analítico.
No seu nome, a Yuning traz o metal e o jade. Assim é ela: pragmática e determinada; valiosa e única. Aquela para quem “[…] nada tem um final e tudo tem um fim.”
Este poema que agora se publica é o primeiro de uma fornada de quase vinte empadas, metáfora saborosa que a Yuning gosta de empregar.
Juvenis - feminino |
Juvenis - masculino |
És Aquela que tudo te entristeceIrrita e amargura, tudo humilha;Aquela a quem a Mágoa chamou filha;A que aos homens e a Deus nada merece.Aquela que o sol claro entenebreceA que nem sabe a estrada que ora trilha,Que nem um lindo amor de maravilhaSequer deslumbra, e ilumina e aquece!Mar-Morto sem marés nem ondas largas,A rastejar no chão como as mendigas,Todo feito de lágrimas amargas!És ano que não teve Primavera...Ah! Não seres como as outras raparigasÓ Princesa Encantada da Quimera!...