2016-03-21

Yuning Shi (2016) | AEMS



Nós, professores, que trabalhamos em situações de comunicação, sabemos o quão importante é vermos nos olhos dos nossos alunos o entendimento do que estamos a partilhar, a comunhão desse entendimento ou o seu questionar, e percebermos que estamos a falar a mesma linguagem.

Como professora de Português, já vi alunos a irem para além desta comunhão e partilha e voarem, ganhando asas num voo ainda incerto, mas determinado. A Yuning Shi, neste ano, é uma dessas alunas. Depois de termos analisado um ou dois poemas de Fernando Pessoa, ela começou a fazer poesia: houve um não sei quê que fez despontar nela o dom de saber expressar a sua sensibilidade, de dar forma ao seu voo e partir em liberdade poética. A produção tem sido intensa e partilhada com a turma ou só comigo. Os poemas da Yuning encantaram-me, vendo neles a semente de Pessoa num terreno muito fértil de tão criativo e analítico.

No seu nome, a Yuning traz o metal e o jade. Assim é ela: pragmática e determinada; valiosa e única. Aquela para quem “[…] nada tem um final e tudo tem um fim.”

Este poema que agora se publica é o primeiro de uma fornada de quase vinte empadas, metáfora saborosa que a Yuning gosta de empregar.



Helena Vaz Duarte

 

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